Como Tornar Seu Rh Estratégico De Fato


Sejam nas formações técnicas ou nos programas sobre Gestão de Pessoas, onde há gente de RH reunida é esta a pergunta! Segundo depoimento de muitos deste treinandos, suas empresas, salvo boas e crescentes exceções, não tem visão de longo prazo, não valorizam e não investem em treinamento, transformam os profissionais em burocratas de relatório, não os chamam para participar das decisões, só focam em folha de pagamento, não têm planejamento estratégico estruturado e por aí vai... Já viu este filme? Pois é. Percebo esta fala com um ar de lamúria, quiçá de vítima...

A pergunta que eu sempre faço é "e você profissional de RH, está preparado para ser estratégico? Sabe o que é ser estratégico?" Geralmente a resposta é uma cara de espanto que varia do ofendido ao cético. Então faça esta viagem comigo. Se hoje seu diretor ou o CEO de sua empresa recebesse um feitiço e passasse a convidá-lo para as discussões estratégicas; solicitasse-lhe um plano de treinamento com indicadores de resultados; pedisse que você lhe "provasse" ou demonstrasse como o pessoal agrega valor; e mais, lhe pedisse que fizesse uma apresentação demonstrando o quanto a área de RH de sua empresa é estratégica, o que você faria? Pense um pouco, vai! Logo, a pergunta é: RH não é estratégico por que os gestores não tem visão ou por que os profissionais de RH não sabem bem mostrar a que vieram? Sei que posso ser apedrejada por esta frase.

Quantos de nós dominam bem uma planilha eletrônica, sabem fazer orçamentos, conhecem o negócio da empresa, sabem falar de indicadores com os gestores de cada área, conhecem as metas de curto e longo prazo da empresa e sabe ler os relatórios financeiros produzidos pela diretoria? E mais, sabemos fazer pesquisa, diagnóstico, entendemos de cultura empresarial, de processos de grupo? Se sua resposta foi sim para estas questões, então meu caro, você está pronto para ser estratégico. Mas, se a resposta for não... Ser estratégico é demonstrar à sua empresa o quanto investir em gente dá retorno. É uma conta básica que qualquer supervisor de produção sabe fazer: tenho 10 funcionários e produzo 100 peças, se elevar a conta para 110 peças por funcionário mantendo os mesmos custos fixos e o mesmo número de funcionários estarei alavancando resultados, obtendo produtividade. Simples, não?!

Tudo bem, gente não é tão simples assim. Mas, o caminho é por aí. Alinhe as ações de Treinamento às metas, busque indicadores que comprovem o retorno sobre o investimento. Não pergunte ao seu cliente sobre o perfil que ele deseja na Seleção. Diga a ele qual o perfil de competências necessárias para fazer esta área e empresa sair do estágio atual e chegar ao estágio desejado. Não diga ao gestor que o salário que ele oferece não atende às demandas dos candidatos no mercado, proponha uma solução. Saia do tecnicismo e atue como parte da solução. Prepare-se para ser um consultor interno, para ter uma visão generalista, para lidar com figuras de poder (empresários); para ser um coach de seus gestores.

Isso é ser estratégico. Um setor de RH não pode ser o que o conjunto de sua equipe não é. Só teremos um RH estratégico de fato, quando formos nós estratégicos. Pegue-se um problema de queda de vendas, perda de clientes, queixa de clientes, saída de funcionários. São problemas objetivos, é mais fácil demonstrar a correlação entre ações desenvolvidas e resultados obtidos. Mas, mesmo assim, patinamos. Veja só um exemplo recente trazido por uma treinanda: Sua empresa tinha queda de vendas e aí se decidiu treinar os vendedores e esperava-se que após o treinamento as vendas aumentassem, certo? Perdeu-se x reais nos últimos 3 meses; investiu-se y reais num curso para tantas pessoas por tantas horas e ao final dos mesmos 3 meses em se recuperando as vendas e alavancando-as, teve -se um bom ROI. Mas, aí é que está o problema- que chamo de "inocência de RH".

Não se pode atribuir toda a solução a treinamento, por que se o número não voltar a crescer, deduz-se que o treinamento falhou. Há um conjunto de fatores inter-relacionados, dentre eles, treinamento. Mas, se as vendas, neste exemplo, não voltarem a crescer alguém cogita em acabar com a área de vendas? E de marketing? Por quê? Por que estas áreas conseguem se provar de sua importância e RH não? Para que uma empresa venda ou volte a vender basta ter uma equipe treinada? Não! Há muitas variáveis envolvidas: logística entrega? Marketing divulga adequadamente? Produtos têm bons preços? Como está a concorrência local? Todos estes são fatores que podem interferir no desempenho de vendas, concorda? Então, o RH antes de topar esta missão simplista: treino= aumento de vendas, por exemplo, precisa entender do negócio, da atividade fim da empresa, conhecer suas variáveis e se não conhece, de quem é a "culpa"? Torna-se então boi de piranhas.

Caro RH se você está na turma dos que trazem as queixas citadas acima sobre sua empresa e você se sente "vítima" de empresários míopes, tá na hora de mudar seus conceitos. Que bom que ele é míope, há enormes oportunidades nesta empresa!. Se você não faz parte deste grupo e trabalha numa empresa em que RH é valorizado e senta-se na cadeira das decisões estratégicas, então você é um cara feliz e nem deve ter lido este artigo. Sucesso!

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO




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